Monday, June 22, 2009


Diabólico Festim
(Luz... Porto)

Me perdi só, tonta e cega, em teus braços
De nossa valsa restou nem compasso
Tuas cartas e fotos eu amasso
Queimo ervas para esquecer teu abraço
E tudo se funde e confunde em mim.

Tento encobrir com kajal meu fracasso
Bebo chá pra esconder meu cansaço
Mas quando sonho, acordo é em teu regaço
E me aquece teu olhar de mormaço
Naufrago em teus cabelos de sargaço
E afundo e me inundo num mar sem fim.

Meu sofrimento e a dor eu amordaço
Junto armas e teu rastro em vão eu caço
Cavo olheiras, nos olhos, o inchaço
Lágrimas secas gelaram-se em aço
Toda fagulha de amor eu rechaço
Tranco a casa e da arma há o estopim.

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