Monday, March 27, 2006



OXIGÊNIO
(Luz... Porto)

Meu beijo molhado,
Ardente, marcante, marcado,
Retrai-se diante de tua recusa,
De teu asco,
Do escárnio da tua língua
Que rejeita a minha, invasora,
Invasiva, ávida por tua saliva,
Por teus dentes, teu céu da boca...
Tuas mãos me afastam,
Tua boca me beija de leve, num selinho
E dizes que já não consegues respirar
Com minha presença.
Baixo os olhos, desprendo-me de ti
E recoloco minha máscara de oxigênio,
Pois com tua ausência
Quem sufoca
Sou eu....

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Noctívaga! Fiquei emocionado ao descobrir este lado poético, este cantinho tão bonito no meio da Internet... cantinho este que com certeza passarei a freqüentar :o)

Meus parabéns.

28 March, 2006 02:44  
Blogger BM said...

Moça da Noite,
Este texto, apesar de ter comentado por e-mail, merece diversos outros comentários aqui tbm, pois é de uma riqueza singular...A forma como o beijo é apresentado "marcante, marcado" em contradição com a recepcão do outro, "o asco", a negação do que atrai....a rejeição, o bloqueio...e a reação do eu-lírico diante do ato é magnífica, ele simplesmente sufoca...
Lindo demais...
Bj,
Bruna

01 April, 2006 08:17  

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