Sunday, July 12, 2009
A Mulher de Oslo
(Luz... Porto)
A mulher de Oslo me cerca,
Me ronda, me enreda, amedronta,
Com seus cabelos surpreendentemente cacheados,
Seus olhos de sal e seu ar de tonta.
A mulher de Oslo me encara,
Me fita, me abre lânguida o olhar,
Em moldura enevoada preta e branca
E em sua voz rouca me traz o mar.
A mulher de Oslo, quem diria,
Achei-a perdida num blog qualquer,
Num quadrado vermelho, sem encarte sequer,
E, para mim, como se ria sua exótica figura fria.
Essa mulher, que sabe a nórdicos fiordes,
Já a vira em capa de livro de contos.
Éramos crianças, eu, ela e meu sonho.
E transportada era ela em asas de pombos.
A mulher de Oslo, tenho certeza,
É a feiticeira dos contos de fada russos
Que minha mãe nunca ao pé da cama me lera
Mas que a curiosidade me fez folhear de bruços.
Sob o fraco sol de Oslo eu me vejo:
Valsa de Strauss, em sapatos de cristal a bailar
Com essa mulher-esfinge-serpente-medéia
Até que eu possa ao ventre de Gaia retornar.
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