Saturday, November 22, 2014
CATPEOPLE
(Luz... Porto)
A moça -pantera percorria
De cabo a rabo a velha cidade
Acompanhada, ora por um,
Acompanhada, ora por outro.
A moça-pantera, mera quimera
De sonhos de outra realidade,
Não vivia em mundo algum.
Seu parco coração, pouco douto,
Sobrevivia calado e sem calma.
Amigos? Amantes? Qual! Nenhum.
Pois aquilo que ninguém sabia,
Que ninguém poderia supor,
Que a calcular poucos se atreviam
Era o tamanho da solidão
A lhe tomar tão felina alma,
Preenchendo-a grão por grão.
O nó no peito nada podia transpor.
Talvez houvesse alguém, uma pessoa...
Na verdade, de fato, só há uma
Mas sua existência para ele é inócua.
Fechava então os olhos com pudor
Para que não a vissem na claridade
E se trancava nua em sua escuridão.
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