Saturday, December 24, 2005


SUBMARINA
(Luz... Porto)

A concha misteriosa
Carrega em seu ventre ferido
A farpa que se tornará pérola.
O vento, soprando, gemendo, sussurrando,
Quer penetrar no ventre virgem
E fecundá-lo com estrelas-do-mar.
Arrastá-lo para o olho do furacão
E individuar a menina em mulher,
Sem pai, sem pátria, sem país.
Animus e anima em coito frenético,
Pulsante, visceral, abstrato.
Do ventre do caos nascerá uma estrela
Num parto dilacerante, doloroso, pura agonia
Da vida vivida, imaginada,
Tornada real por nossos olhos
Ainda reféns da caverna platônica.

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