Monday, May 08, 2006
Mucama
(Luz... Porto)
Por você eu varro a casa,
Lavo a louça.
Sou até capaz de polir a prataria...
Por você espano móveis,
Tiro teias do teto,
Espanto as traças.
Por você faço faxina,
Areio panelas,
Aspiro pó.
Por você encero os tacos,
Lavo banheiros,
Faço a cama.
Por você eu passo roupa,
Engomo lençóis,
Vou ao supermercado.
Por você engulo as lágrimas,
Esboço sorrisos
E calo meu desejo.
Por você eu me depilo,
Cubro a minha dor
E cego meu olhar.
Por você eu enlouqueço,
Esmoreço, desfaleço,
Torno-me sã.
Por você eu cruzo mares,
Atravesso abismos,
Vou ao Centro da Terra.
Por você eu me revisto,
Extirpo o que não lhe agradar
A sangue-frio.
Por você?
Eu corto os pulsos...
5 Comments:
Aí está um dos males do romântico!
Esse poeta sofre de uma grave crise de auto-estima e busca a felicidade única e exclusivamente na aposta de todas as suas cartas em cima do amante. Isso faz com que ele, o poeta, esqueça-se de si e se mate, metaforicamente falando ou não, cada vez mais numa busca pela felicidade que ele nunca irá encontrar.
Pois a felicidade, se é que ela existe, não vem de fora para dentro como ele, o poeta, pensa que vem.
Antes de querer amar alguém, ele precisa aprender a se amar.
Ai, ai, ai....meus pulsos...
Isso me lembra alguma coisa...risos...
Parabéns..o tema é bastante singular, o título então, maravilhoso....e a humildade do ser diante do amor, ainda não alcançado, (ao que me parece)....
Muitas, tantas promessas....
Belo demais..
Submissão! Limpam a sujeira alheia!
pois é ,amar é dar-se
multiplicar-se
dividir-se em afazeres
doar-se á quereres
estraviar-se em prazeres
é descobrir-se mucama
mulher de mesa e cama
é atar-se a grilhões invisiveis
É isso...
aos olhos dos poetas mais sensiveis
parabens bjs
Kadin de novo
empresto-me minha gilete, meu porto flutuante.
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