Monday, May 15, 2006


Nosferatu
(Luz... Porto)
O vampiro, de olhos injetados,
Espreita-me nas trevas.
Corro para o fundo do quarto,
Escondo-me sobre o armário.
Mas, ai de mim,
Por trás dos santos benzidos
O cobertor não me cobre mais os pés frios.
meu sangue entregelado nas veias
Exala medo, pavor e desejo.
Desejo torto, perversão, incesto, transgressão.
Pressinto sua chegada,
Encolho-me sem respirar.
Ele hesita,
Fareja minha transpiração, minha saliva, meu hálito.
Prepara-se para o bote,
Pula sobre mim,
Mas as trevas me revelam o obscuro:
As pupilas se me dilatam, os olhos se me amarelam.
Eu, criatura noturna,
Abro minhas asas negras
E saio voando pela janela
À cata de brancos pescoços virginais.

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