(Luz... Porto)
Qual vela votiva em altar pagão
Consumo-me noite e dia e o meu penar
Esvai-se em lágrimas negras e rubras.
Sangue e morte entremeando-se em estranho pulsar:
Arrítmico, oco, bradicárdico coração.
Espero apenas que venhas e me cubras
Com a mortalha que teci nas noites varadas,
Aquela que dilaceraste ao fechares-me a porta.
Cerze-a, cola-a, remenda-lhe os pedaços esparsos,
Espalhados ao léu, à chuva, atrás de teus passos.
Resssuscita meu coração, inda que a marteladas
Para que eu possa dar meu último suspiro antes de morta.
2 Comments:
Dilacerado? Talvez. Oco? Jamais! Sem dúvida, um coração sensível e brilhante!
Veja lá meu soneto "As brumas".
Beijos!!!
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