Wednesday, September 30, 2015

FRAGMENTO

(LUZ... PORTO)




E ele me olhava, me contemplava na cama, sentado à mesa. Cabelos desfeitos, camiseta dele por conta do ar refrigerado. Lia tanta coisa nos seus olhos, que enrubescia. Baixava os meus e danava a falar. E ele me ouvindo como se cada sílaba, cada fonema, cada silêncio, fosse a coisa mais importante do mundo. O amor jamais confessado me inundava e eu era feliz. Só aquele olhar de amor teria valido a minha vida. Só aquele ouvir atento transformava nossos momentos em cenas que congelaríamos para os dias de inverno. Aquela lenha - e como havia lenha - ainda arderia. Mas não sei. Talvez minha miopia tenha embaralhado as coisas. Talvez a lenha estivesse verde. Talvez o Destino tenha dito simplesmente: ‘Não’.”



https://www.youtube.com/watch?v=5YXVMCHG-Nk

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