Tuesday, April 28, 2015

(SANTA) ISABEL DAS ROSAS
(Luz... Porto)


Nem sei mais em que ponto exato da Linha do Destino, Lachesis me concedeu a graça do êxtase. Lembro de nossas línguas, lânguidas, lúbricas, lascivas, luminescentes, se buscando, se tocando, se sorvendo, num torvelinho sem fim. Calmaria, tempestade, maremoto, tsunami. Estavam pálidas, quase exangues essas línguas. Com o exercício sério, compenetrado da busca, os tons róseos foram se avivando como um saquinho de chá em água fervente, que, abafado, encorpa a cor e o sabor. Saboreamo-nos. Mais tarde me disseram que o passado não existe e que a memória é mera (re)invenção nossa. Não posso crer. Trago vívido o sentido profundamente santo e erótico daqueles beijos. Deus não há de me deixar mentir...

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