Sunday, December 25, 2005


Meio-a-meio
(Luz... Porto)
Em meio a um terremoto
Causado não por contrações da Terra
Mas sim pela secura, pela seca,
Nosso Éden secreto fendeu-se em dois,
Em vinte, em duzentos.
E, em busca da terceira margem
Vaguei entre um bloco de terra e outro,
De bloco em bloco, atrás de ti.
Que amarelinha perversa!
Tu mal me vias, imerso em teu próprio mundo.
A terra abria-se por sob meus pés
Mas permanecias ereto, estático, impassível.
A fenda só se tornava maior e mais funda.
Eu te via afastar-te de mim
Sem responderes a meus acenos.
Eu, barco ébrio, sem rumo nem prumo,
Sem achar nem uma nem outra margem.
Só, no meu destino de eterna exilada.

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