Thursday, February 01, 2007


IN-FUSÂO
(Luz... Porto)

Sempre em sonhos compareceste
Para me dizer “oi”, me dar um recado,
Até consolar-me após um assalto já o fizeste.
Que estranho! Tua alma empedernida
Despe-se daquilo de que foste feito
E parece enamorar-se da minha,
Já à tua rendida.
Assim deveriam ser os amores:
Etéreos, fluídicos, sopro no vento.
O que me mata é saber-me,
Sentir-me, ser-me, estar-me
Alma antiga, mas mulher primitiva,
Carnal, sensual, em ebulição
Que só por ti é capaz de travestir-se,
De baixar os olhos tímida, de enrubescer
E transformar-se num lago quieto, margens plácidas
À beira do qual podes sonhar ou morrer-te, se o quiseres.

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