Meu desejo , cristal líquido,
Sabe bem ser abissal.
Em meu peito, coração
Pulsa célere sem ritmo.
Outrora fora ígnea,
De fogueira ancestral.
Veio a mãe com olho vítreo:
Soterrou, virei carvão.
E da brasa que me resta
Se soprar vira explosão.
Cuidado, moço, cuidado,
Sei ser sua perdição.
Não brinque, nem pense que é festa
Pois é séria essa missão
De dar prazer ao outro
E acabar sempre na mão.
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