Saturday, April 19, 2014

QUADRINHAS
(Luz... Porto)
A Marco Antonio B. Ferreira



As mãos me pediste
Com tanto fervor.
Sem dedo em riste
Te faço o favor.

Mas cuida bem delas
Sem ser ciumento.
Eu vivo com elas
Desde o nascimento.

Não tenho mais pai
No campo terreno.
Não me arranque 'ais',
Me sejas sereno.

Não brica, não brinca,
Com meus sentimentos:
Minh'alma assim trinca
Com mais ferimento.

Poeta de ofício,
Tens minha atenção.
Não cries um vício
No meu coração,

Já tão combalido
Em tantas batalhas,
Já muito esculpido
A fogo e navalha.

Prezado amigo,
A ti eu confio
As mãos sem perigo.
Querido amigo,

Em ti eu me fio,
Te faço abrigo.
Contigo eu me rio,
Te levo comigo.

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