Saturday, December 31, 2005



EQUUS
(Luz... Porto)
Cansei de ser o cavalo.
Quero ser eu a amazona
A galopar nua qual Godiva insana
Noite adentro, tardes afora.
Cansei de ser o vaso,
O receptáculo de um espírito
Que desconheço,
Que me atormenta com seus tormentos,
Seus medos, seus fantasmas, sua dor.
Por que tenho de ser eu
Apenas emissário de um rei desconhecido?
Um autômato, um títere,
Nas mãos de alguma divindade cruel?
Se é o caos o que nos espera,
Deixai-me beber do veneno
Que corre quente em minhas veias.
Deixai-me ir pelas ruas, trôpega,
Embriagada de luar e poesia
Até achar o mais alto penhasco
De onde possa me lançar, enfim, para o Grande Nada.

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