Wednesday, May 14, 2014


Correnteza
(Luz... Porto)


Devagar o Tigre chega à flor d'água.
Espreita, esperto, espanta as rãs.
Súbito mergulha, amansa o curso
Do rio que corre, correnteza vã.
E dócil busca encurralar o Peixe
Escorregadio, entregue à sua solidão.
Garras vorazes, presas afiadas
Vê, ondulante, o peixe tremeluzir.
Quer logo saciar seu apetite,
Integrar, inteirar caça e caçador.
Estranho amor doente felino
Seres esdrúxulos não se beijam...
O Peixe célere escapa nas profundezas,
Submarino, sub-humano, sub-caridoso.
Resta, afogada, submersa a Fera morta.

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