Meu aniversário veio, passou, e nada. Acho que estou sendo injusta. Acredito que ela tenha me visitado. Lembro-me de um perfume, um chá na sala, ainda desarrumada. De risos, leveza, mimos. assim era a Sílvia. Sempre atenciosa, bem-humorada, gentil e atenciosa. Gostava de poesia. Era fã do André Bolívar, nada mais natural. Dizia-se minha fã. Em nossa última conversa inbox ela se queixara de que meus poemas - ela os considerava poemas! - escasseavam-se Cobrava-me a publicação de um livro, sonho acalentado, que julgo distante. Calma, Silvia. Quem sabe não consigo?
Pus-me a pensar na saudade. Sílvia nos faz falta, sim. Vêm-me os versos finais de Genipapo Absoluto, música do Caetano que considero genial. "Aquele que considera a saudade uma mera contraluz que vem do que ficou pra trás, não, esse só desfaz o signo e a rosa também". Você não ficou pra trás, Sílvia. Você está trilhando outros campos, visitando outros lugares. A "Rosa Mística", creio que você esteve com ela e a contemplou em seu esplendor. E que você segue sorrindo, aprendendo coisas novas, talvez velando um pouco por nós que ficamos. Certamente espargindo suas delicadezas e flores.
Um beijo, com muito carinho, a você que me provou que podemos ser amigos daqueles que nem chegamos a conhecer face a face,
Luzia Luz.
https://www.youtube.com/watch?v=omvX8nImDNU
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