Thursday, August 17, 2006


Insone
(Luz... Porto)
Sacudido por espasmos
Qual Vesúvio prestes a explodir,
Meu frágil corpo se contorce,
Tomado de choro convulsivo
A sair-me dos olhos,
Da garganta muda,
Das entranhas secas.
Que emoção será esta?
Vem de mansinho no escuro
E me toma, Súcubo sorrateiro.
Não sei. Desconheço-a.
Nostalgia do presente?
Fome do não-vivido?
Saudade do que já se foi,
Deixando-me só nesta casa vazia?
Neste meio tempo
Engravido-me de mar.
Rego a semente em mim deixada
Com lágrimas férteis.
E espero. Espero. Espero...
Na minha necrópsia
Hão de encontrar em meu ventre
A pérola negra, torta, mal-formada,
Que gestei nas minhas noites insones.

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