Wednesday, August 16, 2006


Poema-processo
(Luz... Porto)
Nosso amor é um poema em construção.
Poderia dizer que teu corpo é um poema
E não estaria faltando com a verdade,
Mas mais que teu corpo - já tão celebrado-
Ouso dizer que a maior beleza
Está na interação, na dinâmica
E não na estática.
Quando fazemos amor
São flores que brotam à nossa volta,
Arco-íris, potes de ouro, estrelas cadentes.
Montes surgem do nada, mares se abrem
E nos tragam para o seu leito profundo.
Árvores povoam-se de frutos,
Pássaros voam, borboletas bailam
E tudo se desfaz como pó
Para então outras paisagens
Serem descortinadas, entrevistas.
É o balé de nossos corpos suados,
O baile de nossas línguas sedentas,
Céus em fogo em nossas bocas,
Cometas flamejantes em nossos olhos.
Teu sexo no meu sexo
Prestes a desaguar o prazer
Líquido, plasmático, viscoso
Que compõe o mais íntimo em ti.
Maremotos, tsunamis, vendavais
Que arrasam quarteirões destróem nossos corpos
Até a enchente final lançá-los ao solo,
Exaustos, exauridos, exangües,
À espera de uma nova onda de desejo
Que os reanime, recomeçando o ciclo mais uma vez.

2 Comments:

Blogger BM said...

Tão sensual é a alma de um poeta quando rabisca nalgum pedaço de papel amarelo um ato tão sublime, embora carnal, mas repleto dos gemidos ávidos pelo gosto sedento que tem a paixão!

17 August, 2006 22:20  
Anonymous Anonymous said...

Vejo beleza em seus versos... Agora eles estão longe, agora perto... Enxergo-os melhor.

Daline.

01 September, 2006 19:28  

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