Sunday, May 22, 2011


Serra Da DesEsperança

(Luz... Porto)

Tiraste-me o consolo,

Plantaste-me olheiras,

Baniste-me de teu peito,

E reclamas minha ausência?

Feriste-me a essência

Mais íntima de mim mesma,

Faltaste-me com o respeito,

Aos meus ofendeste

E queixas-te do exílio?

Se a mim fecharam-se os portos,

Como aspiras a meu Porto Seguro?

Condenada a vagar no escuro,

Acostumei-me a deitar com porcos

E a com eles comer farelos.

Sem o ponto luminoso em teu olhar,

Para quem minhas berceuses vou cantar?

Amputada, sigo meu caminho.

Caio, arrasto-me e vou sozinha.

Naufrago em meu vale de lágrimas

E a meu anjo da guarda

Confio, triste, meu soçobrar.