Serra Da DesEsperança
(Luz... Porto)
Tiraste-me o consolo,
Plantaste-me olheiras,
Baniste-me de teu peito,
E reclamas minha ausência?
Feriste-me a essência
Mais íntima de mim mesma,
Faltaste-me com o respeito,
Aos meus ofendeste
E queixas-te do exílio?
Se a mim fecharam-se os portos,
Como aspiras a meu Porto Seguro?
Condenada a vagar no escuro,
Acostumei-me a deitar com porcos
E a com eles comer farelos.
Sem o ponto luminoso em teu olhar,
Para quem minhas berceuses vou cantar?
Amputada, sigo meu caminho.
Caio, arrasto-me e vou sozinha.
Naufrago em meu vale de lágrimas
E a meu anjo da guarda
Confio, triste, meu soçobrar.