NOCTÍVAGA
Tuesday, April 28, 2015
(IM)POSSÍVEL (,) DIDO
( Luz... Porto)
lacônica como tu és. Perco-me em labirintos de palavras
que tonta vou tecendo. Por que partiste? Há um oceano
terral entre nós. Há Encarnações que nos separam. Nossas
mãos mal se tocam de leve ao amanhecer. Volta, te peço.
Me esquece, respondes. Rasgo em vão minha carne para
recuperar algum resquício de ti. Tu não te rasgas. Não te
importas. Mas de quem é o hálito do beijo que sinto ao
adormecer? Permanecemos mudos na noite sem fim que
antecede a Aurora dos Tempos...
(SANTA) ISABEL DAS ROSAS
(Luz... Porto)
Nem sei mais em que ponto exato da Linha do Destino, Lachesis me concedeu a graça do êxtase. Lembro de nossas línguas, lânguidas, lúbricas, lascivas, luminescentes, se buscando, se tocando, se sorvendo, num torvelinho sem fim. Calmaria, tempestade, maremoto, tsunami. Estavam pálidas, quase exangues essas línguas. Com o exercício sério, compenetrado da busca, os tons róseos foram se avivando como um saquinho de chá em água fervente, que, abafado, encorpa a cor e o sabor. Saboreamo-nos. Mais tarde me disseram que o passado não existe e que a memória é mera (re)invenção nossa. Não posso crer. Trago vívido o sentido profundamente santo e erótico daqueles beijos. Deus não há de me deixar mentir...
Sunday, April 26, 2015
NOVA EURÍDICE
(Luz... Porto)