Saturday, April 16, 2016

Fragmentíssimo
(Luz... Porto)



"Meu coração, tambor descompassado, aquietou-se ante a visão de tua face adorada. Por que te demoraste, chegando ao fim do meu outono? Por que, por que tanta demora, se sabias que só restava em mim pouco mais que um sopro de vida?"

Monday, April 11, 2016


Falsa missiva

(Luz... Porto)



Querido anônimo,
Enquanto festejas datas natalícias em família, procuro me atualizar na cena carioca. Estive em um show em um hotel fantástico, ótimo para lua-de-mel e encontros furtivos.
Na cobertura, há um espaço de péssima acústica e de visual esplendoroso.
Apresentou-se um cantor e compositor de coisas como uma berceuse composta em 1974 para a novela das dez, acompanhado de quatro cantoras.
Como até então não conseguira o CD do artista, à venda, sei agora, naquela lojinha de Copacabana que visitei da outra vez, tudo foi novidade para mim.
Gostei muito e gostei mais ainda quando, no encerramento do show, ele agradeceu a músicos da melhor estirpe da MPB, às cantoras e à minha presença. Citou-me nominalmente. Deve ser o efeito do tonalizante. Vermelho é fogo! Assim como o tal do Amor descrito por Luís Vaz. Aquele que é tão contrário a si que só loucos como eu conseguem vive-lo com intensidade, visto não passar de mera ilusão.
Eis que me pego lá no alto, entre a Lagoa e a Praia de Ipanema, com direito ao Cristo, em algum lugar, olhando a lua deslumbrante que ninguém conseguiu fotografar, quando o cretino cantante chama uma quinta cantora, de voz poderosa para cantar... CHORA CORAÇÃO! Não prestou. Acabei borrando a pouca maquiagem que usava. Daí ele emendou com um outro chorinho de se cortarem os pulsos e a desgraça se fez. Imagem, gosto, crista, cabelo com cãs, mãos de pianista, lagos no olhar... Doeu fundo.